
Milhares de manifestantes tomaram as ruas de Hong Kong neste sábado (17/08), procurando mostrar que seu movimento ainda tem apoio público mesmo após dois meses de confrontos cada vez mais violentos.
Com informações do The Guardian.
Os manifestantes, vestidos de preto e segurando guarda-chuvas, marcharam pelas ruas principais de Kowloon, cantando: “Libertem Hong Kong! Revolução do nosso tempo!”. Voluntários distribuíram chá de ervas e suco, enquanto algumas lojas que tinham fechado para o dia deixaram caixas de bebidas para os manifestantes. Três manifestações separadas aconteceram no sábado, marcando o 11º final-de-semana de protestos em Hong Kong, enquanto os moradores continuam pressionando o governo a retirar formalmente uma polêmica lei de extradição, além de atender a outras demandas.
Em uma das manifestações, milhares de professores enfrentaram fortes chuvas para encher uma praça pública no centro de Hong Kong, onde se uniram contra a brutalidade policial contra jovens manifestantes. “Quando vejo como as coisas estão agora, não vejo futuro para as crianças”, disse Li, 30 anos, uma professora de jardim de infância que ajudou a organizar a manifestação. “Hoje os professores saíram para mostrar aos alunos que os entendemos e vamos lutar com eles até o fim”, completou sobre o evento, intitulado “Proteja a próxima geração”. Ela disse: “Não são apenas os alunos. Todas as pessoas de Hong Kong precisam de proteção”.
Marchando em Kowloon, os professores gritaram: “Vejo você no Victoria Park!”, em referência a uma grande manifestação planejada para o domingo.
O fim de semana das manifestações serve como um teste para o ímpeto dos protestos depois que as tensões alcançaram um novo nível na semana passada. Após um fim de semana de violentos confrontos com a polícia, manifestantes ocuparam o aeroporto de Hong Kong. Os manifestantes bloquearam passageiros, forçando a suspensão dos serviços aeroviários e entrando em confrontos com a polícia – além de deterem dois homens suspeitos de serem espiões colocados na manifestação pelo governo, em cenas que a mídia estatal chinesa e seus apoiadores adotaram como evidência das violentas tendências dos manifestantes.
Após os episódios violentos, os manifestantes pediram um fim de semana de marchas pacíficas e um retorno aos métodos usados quando as manifestações começaram, em Junho. No sábado os manifestantes usavam máscaras cirúrgicas, mas não pareciam estar com equipamentos de proteção, como em manifestações anteriores, em preparação para confrontos com a polícia.
Analistas afirmam que as autoridades parecem dispostas a entrar em conflito com os manifestantes. A polícia proibiu o plano original para o evento de domingo, uma marcha, e o confinou em uma manifestação no Victoria Park. “Sabemos que o governo não está tentando ajudar a situação, ou pelo menos não está mostrando nenhum sinal de tentar”, disse Elizabeth Yu, 26 anos, músico e intérprete.