
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu à rainha Elizabeth II permissão para suspender o parlamento por cinco semanas, ou seja, quase até à data marcada para o “Brexit” (31 de outubro).
Atualização (em 28/08, 11:53): O jornal britânico The Guardian informou que a rainha consentiu com o pedido de Boris Johnson. Protestos estão sendo convocados em Londres por diversos grupos. Notícia original segue abaixo.
Com informações de Público, SIC Notícias e Expresso.
O governo de Boris Johnson, primeiro-ministro inglês, vai pedir à rainha que suspenda o parlamento poucos dias após o regresso dos deputados ao trabalho.
O prazo para a assinatura de um acordo que possa manter o Reino Unido com alguma ligação à União Europeia está se estreitando, tornando improvável que os parlamentares tenham tempo de aprovar leis que possam impedir o uma saída sem acordo (“no-deal Brexit”) em tempo útil.
“Os deputados terão muito tempo para debater”, declarou Johnson em uma transmissão televisiva da Sky News. A medida já tinha sido anunciada por alguns veículos de comunicação britânicos, provocando uma queda da libra esterlina e críticas da oposição. Em sua campanha, Johnson afirmou que o Reino Unido sairia “impreterivelmente” da União Europeia até 31 de outubro.
Se confirmado, as sessões legislativas serão suspensas de 10 de setembro até 14 de outubro, quando os trabalhos seriam reiniciados com o tradicional discurso de abertura do legislativo feito pela rainha. Caso não se confirme, as sessões se iniciarão em 03 de setembro. Segundo Ana França, do jornal português Expresso, “suspender o parlamento para, desta forma, passar uma saída sem acordo seria um ato incendiário”, tendo em vista que o Reino Unido não possui uma constituição escrita e sim um conjunto de regras e atos parlamentares que, juntos, formam as leis fundamentais do país e permitem seu funcionamento. De qualquer forma, a ideia de Boris Johnson não é ilegal pelas normas do Reino Unido.
O vice-líder dos trabalhistas, Tom Watson, escreveu no Twitter que a medida é uma “afronta escandalosa à democracia”. A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, disse que os parlamentares devem unir-se para impedir o plano, ou então este dia “vai entrar para a história como algo sombrio para a democracia britânica”.
We do not have a “new government.” This action is an utterly scandalous affront to our democracy. We cannot let this happen. https://t.co/93TBKCSWhk
— Tom Watson (@tom_watson) August 28, 2019
So it seems that Boris Johnson may actually be about to shut down Parliament to force through a no deal Brexit. Unless MPs come together to stop him next week, today will go down in history as a dark one indeed for UK democracy. https://t.co/68lFnEgiyr
— Nicola Sturgeon (@NicolaSturgeon) August 28, 2019
O orador (“speaker”) do parlamento britânico, John Bercow, ficou “indignado” com a sugestão de Johnson e a classificou como uma “afronta”.
O Brexit chegou a ser tema das discussões no último encontro do G7, em Biarritz (França), mas nenhuma conclusão foi obtida.
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