
Com informações da Al Jazeera e The Guardian
Protestos contra pacificadores das Nações Unidas (ONU) espalharam-se pela República Democrática do Congo na última semana. Os civis se voltaram contra a ONU porque eles acreditam que a organização está falhando em protegê-los dos ataques realizados por rebeldes.
Cidadãos de Beni e Goma, no nordeste do país, bloquearam as principais ruas da região com paus e pedras. Catherine Wambua-Soi, repórter da Al Jazeera, disse que a polícia encontra dificuldades pra conter a raiva dos manifestantes. “A polícia tem usado gás lacrimogênio e atirado no ar para dispersar o movimento”, disse. “Todo mundo aqui está bem nervoso, eles querem que a ONU vá embora”, adicionou.
“Estamos cientes das manifestações que estão fazendo e estamos fazendo todos os esforços para continuar o diálogo com manifestantes e seus líderes, bem como com as autoridades nacionais… para garantir a calma e retornar à paz e segurança”, falou Omar Aboud, chefe da força militar da ONU em Beni.
Os manifestantes acusam a ONU e as forças de segurança do país de não fazer o suficiente pra conter os ataques de rebeldes contra os civis. No último acidente, oito moradores de Beni foram mortos por supostos integrantes do grupo rebelde Forças Democráticas Aliadas (ADF, em inglês).
A parte oriental do país é o local de muitos grupos armados, incluindo a ADF, que luta pra controlar a região rica em minerais. Há mais de um mês, as forças armadas do Congo anunciaram que lançaram uma ofensiva para destruir esse grupos armados ao leste do país. Contudo, em retaliação, a ADF atacou e matou dúzias de civis, segundo oficiais.
A escalada na violência também causou problemas na contenção de uma epidemia de Ebola no Congo. A epidemia já é considerada a segunda mais mortal na história do país, causando mais de 2 mil mortes desde agosto de 2018.
Christian Lindmeier, porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS), disse que 49 empregados não-essenciais da organização foram realocados. “Nós precisamos de lei e ordem restaurada para voltar com operações vitais”, disse em conferência em Genebra, na Suíça.
O diretor geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse em seu perfil no twitter que cada dia de insegurança no país impede que os agentes possam conter os efeitos da epidemia.