
A cúpula da OTAN, de 3 a 4 de dezembro, que começou hoje em Londres, traz mais drama do que seria esperado das celebrações planejadas dos 70 anos da aliança.
Antes da cúpula, na reunião dos ministros das Relações Exteriores da OTAN na semana passada – a primeira desde que o presidente francês Emmanuel Macron classificou a aliança de defesa como em estado de “morte cerebral” – França e Alemanha tentaram reivindicar liderança europeia do grupo. As tensões dentro da aliança estão em alta. Eles incluem a irritação dos membros da Europa Central em relação à insistência de Paris em negociar com a Rússia e a raiva aberta de Ancara às críticas à incursão militar da Turquia na Síria. Adicionalmente, a Alemanha discorda da posição de Macron.
Em meio a perguntas sobre a confiabilidade dos EUA e as dúvidas americanas sobre o comprometimento da Europa, a Alemanha insiste que a Europa não deve seguir sozinha. A França quer que a OTAN se concentre em grandes questões estratégicas, especialmente o que os aliados devem esperar um do outro e como a aliança pode garantir paz e segurança na Europa depois que os EUA se retiraram de uma série de tratados de controle de armas da era da Guerra Fria. A OTAN precisa definir melhor seus inimigos; o presidente francês argumentou e insistiu que nem a Rússia nem a China pertencem a esse grupo, e o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, discorda.
À margem da cúpula, espera-se que Macron mantenha conversas com o presidente dos EUA, Donald Trump e, separadamente, com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, o primeiro-ministro do Reino Unido Boris Johnson e a chanceler alemã Angela Merkel.