
Com informações do Telegraph.
O governo da Rússia renunciou em um anúncio chocante nesta quarta-feira (15/01), depois que o presidente Vladimir Putin propôs uma mudança na constituição.
O anúncio do aliado de longa data de Putin, Dmitry Medvedev, veio depois que o presidente usou seu discurso anual sobre o estado da nação para pedir uma votação em todo o país em um pacote de reformas constitucionais.
Putin está no comando desde 2000 e é constitucionalmente proibido de buscar a reeleição em 2024.
Acredita-se que o líder russo esteja planejando manter o poder, e há muitas especulações de que ele estava tentando alterar a constituição russa para permanecer em outra função, possivelmente como primeiro-ministro, presidente do parlamento ou presidente do Conselho de Estado.
As mudanças que Putin propôs transfeririam mais autoridade ao parlamento, incluindo o poder de escolher o primeiro-ministro e os membros sêniores do gabinete, ao invés desta escolha caber ao presidente, como no atual sistema.
Outras mudanças aumentariam o papel dos governadores regionais e aumentariam os requisitos de residência para os candidatos à presidência.
Várias horas depois, a TV estatal russa transmitiu uma reunião do governo russo, com a presença de Putin, quando o primeiro-ministro Medvedev disse que todo o gabinete estava deixando o cargo.
“A renúncia do governo é necessária para permitir que o presidente de nosso país tome todas as decisões necessárias” para ver as emendas propostas, disse Medvedev, que atua como primeiro-ministro há oito anos.
A decisão aparentemente surpreendeu até alguns ministros. Muitos deles pareciam estar chocados ao ouvir o anúncio de Medvedev, em comparação com o clima leve de muitos quando conversavam com os repórteres após o discurso de Putin.
Medvedev e seu governo foram contaminados por alegações de corrupção em larga escala, e a impopularidade de Medvedev supostamente estava diminuindo os índices de aprovação de Putin.
Medvedev é o aliado leal de Putin desde que assumiu de bom grado a presidência russa em 2008, deixando de lado suas próprias ambições políticas e apoiando a decisão de Putin de concorrer novamente em 2012.
Putin ofereceu a Medvedev para trabalhar como vice no Conselho de Segurança da Rússia, um importante órgão consultivo. Não ficou claro, no entanto, se Putin tinha outros cargos importantes para o primeiro-ministro em mente.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse à agência de notícias estatal Tass que as emendas não serão apresentadas em um referendo.
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