Pré-candidato pelo partido democrata, Sanders acumulava derrotas para Joe Biden nas últimas prévias

O senador Bernie Sanders anunciou nesta quarta-feira que está encerrando sua campanha de pré-candidatura à presidência dos EUA pelo Partido Democrata. A saída deixa o caminho livre para seu principal oponente partidário, o ex-vice-presidente Joe Biden, disputar as eleições de 2020 com Donald Trump.
Sanders adquiriu proeminência há cinco anos ao se lançar como uma voz dissonante ao discurso de Hillary Clinton, colega de partido com a qual disputou as prévias nas eleições de 2016. Defendendo causas progressistas, ele foi o maior responsável por uma “guinada à esquerda” entre o democratas, propondo saúde universal e ensino público gratuito. Mas, ao inspirar outro candidatos com ideias semelhantes, fragmentou os votos liberais ao mesmo tempo em que sua mensagem “socialista” afugentava alguns doadores de campanha, lideranças partidárias e eleitores moderados.
Apesar disto, ele começou as prévias como um do favoritos a ser nomeado candidato e eventualmente suplantou candidaturas progressistas, como a de Alexandria Ocasio-Cortez – que posteriormente endossou Sanders e lhe proporcionou votos em algumas prévias – e da senadora Elizabeth Warren, com a qual manteve uma relação problemática, resultando na recusa de Warren em declarar apoio a qualquer candidato quando esta decidiu abandonar a corrida pela nomeação. Com uma sequência de derrotas em prévias recentes para Joe Biden, a campanha de Sanders começou a perder fôlego, e uma reviravolta que permitisse a vitória ficou cada vez mais improvável.
Embora não tenha declarado por ora se apoiará Joe Biden, Sanders já afirmou anteriormente que, caso o partido decida oficializar Biden como candidato, ele endossará a escolha.