
No Mali, o presidente anunciou que abrirá mão de três meses de seu salário, e o primeiro-ministro de dois meses.
Além dessas medidas, o Mali criou um fundo especial de 100 bilhões de francos CFA (colônias francesas da África) para as famílias mais vulneráveis em 703 comunas.
No Chade, membros do governo, em um gesto simbólico e unido, decidiram doar seu salário de março à luta contra o Covid-19 e ao exército nacional.
Esta doação tem um valor total de 30 milhões de francos CFA, dividido em 2,15 milhões para a luta contra o Covid-19 e 15 milhões para as forças de defesa e segurança.
São numerosos os líderes africanos que se beneficiam, além de seus salários, de remuneração extra de todos os tipos, bem como de fundos políticos de vários bilhões (em moedas locais) por ano, cujo uso enfrenta problemas de transparência. O jornal Niger Express, da Nigéria, chegou a sugerir que os demais líderes do continente adotem gestos similares aos dos políticos do Mali e do Chade.
O número de mortes provocadas pelo Covid-19 na África subiu hoje para 788, com mais de 14 mil casos registrados em 52 países. O CDC África (Centro de Controle e Prevenção de Doenças da União Africana) registrou também 2.570 doentes recuperados após a infecção.
A pandemia afeta 52 dos 55 países e territórios de África, com quatro países – África do Sul, Argélia, Egito e Marrocos – a concentrarem mais de metade das infecções e mortes associadas ao novo coronavírus. Apenas Lesoto, Ilhas Comores e o Saara Ocidental não têm casos reportados da doença.
Diversos países do continente africano conseguiram reduzir a velocidade de propagação do vírus ao adotarem restrições de circulação entre fronteiras antes mesmo de terem casos identificados localmente.