
A Rússia alertou que qualquer tentativa dos EUA de usar uma arma nuclear de baixo rendimento contra um alvo russo desencadeará uma resposta nuclear maciça.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia reagiu a um documento do Departamento de Estado dos EUA, divulgado na semana passada, que afirma que a colocação de armas nucleares de baixo rendimento em mísseis balísticos lançados por submarinos é uma resposta ao que o governo estadunidense considera como possíveis novas ameaças da Rússia e da China.
Uma “ogiva de baixo rendimento” teria potência similar às bombas que os Estados Unidos lançaram em Hiroshima e Nagasaki no final da Segunda Guerra Mundial. O Departamento de Estado dos EUA afirma que tais armamentos “reduzem o risco de guerra nuclear, reforçando a dissuasão”, e alega que a Rússia está considerando o uso de armas nucleares não estratégicas em uma guerra limitada.
A Rússia nega que seja uma ameaça para os EUA e acusa Washington de “diminuir o limiar nuclear”.
“Qualquer ataque envolvendo um míssil balístico lançado por submarino (SLBM) dos EUA, independentemente de suas especificações de armas, seria visto como uma agressão nuclear”, disse nesta quarta-feira a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova. “Quem gosta de teorizar sobre a flexibilidade do potencial nuclear americano deve entender que, de acordo com a doutrina militar russa, tais ações são vistas como garantia do uso retaliativo de armas nucleares pela Rússia”.
A Rússia diz que deseja prolongar o tratado de 2010, limitando o número de mísseis, ogivas e bombardeiros nucleares de prontidão, juntamente com rigorosos regimes de inspeção. O pacto deve expirar no próximo ano. O governo Trump diz que quer um novo acordo de controle de armas, que também inclua a China – o que a Rússia considera impraticável.