
Com informações do El País
O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou esta semana que o Produto Interno Bruto da Espanha caiu para -5,2% entre janeiro e março de 2020. Foi a maior queda já registrada em um trimestre desde que o órgão começou a registrar o PIB em 1970. Até então, o menor registro foi de -2,6% no primeiro trimestre de 2009.
“Com esse colapso de cinco pontos no trimestre, estamos mais próximos da queda de 13% no ano, que o Banco da Espanha estava dando, do que da queda de 8% prevista pelo FMI”, explica o economista José Carlos Díez. Para se ter uma ideia das magnitudes tratadas, entre 2008 e 2013, durante a Grande Recessão, cerca de nove pontos e meio do PIB foram destruídos. Desta vez, toda a produção e renda perdidas na Grande Recessão poderiam ser evaporadas em apenas um ano.
A repartição por item fornece números igualmente impressionantes. O consumo afundou 5,1% trimestralmente entre janeiro e março. Apenas cresce a despesa das administrações públicas, que dispara 1,8%, um aumento trimestral que não é registrado desde 2007. Os investimentos despencam outros 5,3%. E as exportações e importações caem da mesma forma: 8,4%.
“Esses números de queda dados pelo INE implicam que, nas duas semanas de confinamento, cerca de 40% da atividade foi perdida”, diz Rafael Doménech, economista do grupo bancário espanhol BBVA. Se os dados trimestrais são anualizados como os americanos, o colapso é da ordem de 20%. Para encontrar níveis semelhantes de colapso, você precisa voltar à Guerra Civil. Em 1936, de acordo com os cálculos do professor Leandro Prados de la Escosura, a perda de PIB foi de 26,8%.
O Banco Central Europeu (BCE) estima que o PIB da zona do euro irá retrair entre 5% e 12% em 2020. A China divulgou, no mês passado, que recuou 6,8% no primeiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado. O Banco Mundial já havia feito um alerta, também em abril, de que o PIB da América Latina e Caribe deve cair para -4,6% na região em 2020.