
Com informações do Middle East Monitor.
Grã-Bretanha e Estados Unidos denunciaram ontem o papel da Rússia na guerra da Líbia e instaram Moscou a parar de enviar mercenários para apoiar o general Khalifa Haftar, informou a AFP.
“Continuamos particularmente preocupados com novos relatórios de que as partes externas continuam fornecendo material, equipamento e mercenários”, disse Jonathan Allen, vice-representante permanente do Reino Unido nas Nações Unidas.
Isso ocorre depois que um relatório da ONU confirmou a presença de combatentes russos e sírios na Líbia.
“As atividades do Grupo Wagner continuam a exacerbar o conflito e prolongar o sofrimento do povo líbio”, disse Allen.
“Todos os atores envolvidos no conflito na Líbia devem suspender imediatamente as operações militares”, disse a embaixadora americana Kelly Craft.
No mês passado, a Rússia foi acusada pelo Ministro do Interior da Líbia de realizar um ataque químico no país.
Os mercenários da Rússia supostamente usaram agentes nervosos contra forças leais ao Governo do Acordo Nacional da Líbia na área de Salah Al-Din, no sul de Trípoli, disse Fathi Bashagha, ministro do interior líbio.
O Grupo Wagner da Rússia é um dos órgãos mais controversos entre os mercenários. É de propriedade de Yevgeny Prigozhin, um empresário com vínculos estreitos com o presidente russo Vladimir Putin.
De acordo com a Bloomberg, o Grupo Wagner trouxe mais de mil combatentes para a Líbia, incluindo pilotos russos que treinam as tropas de Haftar e aviões de guerra Sukhoi-22.
De acordo com a Euronews, mercenários que anteriormente tinham experiência de campo na Ucrânia estão lutando nas linhas de frente do país do norte da África.
Em janeiro passado, o presidente turco, Recep Erdogan, disse que mais de 2.000 mercenários do Grupo Wagner estão atualmente envolvidos no conflito.
Putin, no entanto, negou que qualquer soldado russo esteja na Líbia agindo em nome do Estado ou recebendo pagamento da Rússia.
Especula-se que o Grupo Wagner esteja envolvido em operações mercenárias na Líbia, na Síria, no Sudão, na República Centro-Africana e na Venezuela.