
Com informações de La Razón.
A suspensão de um ato oficial referente à promoção de cargos militares inaugurou uma nova crise política entre as Forças Armadas e o Legislativo boliviano. O ato estava previsto para a manhã desta quinta-feira, 21 de maio, e dizia respeito aos nomes escolhidos para ascender aos postos de generais, vice-almirantes e almirantes, também previa a presença da presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez. Entretanto, o evento foi impedido pela Cúpula do Senado, sob o argumento que sua realização atropelava a autoridade da instituição legislativa para autorizar sua realização. O cancelamento repentino do ato repercutiu em trocas de acusações e ameaças entre autoridades do Legislativo e das Forças Armadas.
O general Rné Orellana, comandante-chefe das forças armadas bolivianas, reagiu ao impedimento do evento cobrando uma contrapartida da casa legislativa. “Passou tempo em demasiado em relação à resposta que as FFAA deveriam ter recebido. Como instituição, vamos aguardar até semana que vem para que a Assembleia se pronuncie e ratifique a promoção” declarou o general para os jornalistas. Ainda na manhã de quinta, o general Orellana foi com uma comitiva de militares até a praça Murillo, onde se localiza o parlamento boliviano, para apresentar uma carta endereçada à Câmara dos Senadores comentando as objeções à promoção de generais. “Se recebermos uma resposta negativa, vamos proceder conforme nossas normas, nossa regulamentação e apoiados na Lei Orgânica das Forças Armadas”, considerou Orellana.
A resposta solicitada pelas FFAA veio nas palavras do vice-presidente da Câmara dos Senadores, Omar Aguillar, que afirmou para o jornal boliviano La Razón que a casa não trabalhará “sob pressão das Forças Armadas ou do Executivo”. Aguillar é filiado ao Movimento para o Socialismo (MAS), partido do ex-presidente Evo Morales, que renunciou ano passado sob a execução de um golpe de Estado.
O impasse se seguiu ao longo do dia. Uma coletiva de imprensa seria realizada pelo Ministro da Defesa da Bolívia, Luis Fernando López, às 11:00 da manhã, mas foi suspensa. A tensão entre as instituições desencadeou nova crise política, uma vez que a constituição boliviana outorga à Câmara de Senadores o poder de ratificar as promoções militares.