![Ouattara has previously said he would prefer to hand over power to a new generation, although he also says he has the right to run again under the new 2016 constitution [File: Thierry Gouegnon/Reuters]](https://i1.wp.com/www.aljazeera.com/mritems/imagecache/mbdxxlarge/mritems/Images/2020/7/20/4dbf04319f3b4fbdaf37dc33c98dfcc9_18.jpg?w=1000&ssl=1)
O partido governista da Costa do Marfim, o Aliança dos Republicanos (RDR), comunicou nesta segunda-feira, 20 de julho, que está tentando convencer o presidente do país, Alassane Ouattara, a disputar um terceiro mandato para as próximas eleições presidenciais. A iniciativa é importante para o partido por conta da morte do nome escolhido para a sucessão, Amadou Gon Coulibaly, no início deste mês.
A tentativa do partido de optar por um novo mandato de Ouattara é contemplada para preencher o vácuo eleitoral aberto pela morte de Coulibaly, que até então ocupava o cargo de primeiro-ministro do país. Seu nome havia sido escolhido por ser o político mais próximo de Ouattara. Já tendo se submetido a uma cirurgia cardíaca em 2012, Coulibaly começou a sentir mal em uma reunião de gabinete no dia 8 de julho. Ele foi imediatamente internado no hospital e veio a falecer pouco tempo depois.
O vazio político que surgiu com a morte de Coulibaly é problemático para o RDR, que enfrenta a ameaça de não ter um candidato em uma eleição considerada um importante teste para a democracia e a estabilidade política na Costa do Marfim. Afinal, será o terceiro pleito a ser realizado no país posterior à guerra civil, que durou de 2002 a 2007.
A ausência de um nome para sucessão também complica a situação política interna do próprio RDR, onde a ausência de um nome para o pleito pode levar a disputas pela liderança do partido. A possibilidade de disputar um terceiro mandato de Ouattara tem sido considerada como uma forma de apaziguar os ânimos internos no RDR. “Por que devemos correr o risco quando temos uma opção acertada?”, questionou o diretor executivo do RDR, Adama Bictogo, defensor de uma recandidatura de Ouattara, tendo em vista o risco de tensão interna no partido. “Se ele recusar, nós deveremos olhar para dentro e tomar uma decisão. Por hora, não tenho nenhum outro candidato em mente”, declarou Bictogo em referência ao atual presidente.
Isso passa por compreender que a eleição deste ano promete ser das mais acaloradas desde 2010, quando Ouattara derrotou o ex-presidente Laurent Gbagbo. Aquele pleito foi marcado pela recusa de Gbagbo de reconhecer a derrota. A situação levou a um impasse que deixou 3.000 mortos até a prisão de Gbagbo, em abril de 2011.
Antigos nomes influentes têm declarado participação na eleição, como o ex-presidente Henri Conan Bedie, governante do país de 1993 a 1999. Ouattara, entretanto, tem se manifestado receoso de disputar um terceiro mandato, respondendo que preferiria deixar o poder para alguém de uma nova geração. Mas também tem afirmado sua legitimidade para disputar um novo mandato por conta da nova constituição adotada pelo país em 2016.
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